Esse post é um resumo do que foi discutido no Openspace sobre Agilidade em empresas dinossauro proposto por Daniel Teixeira no primeiro dia do Agile Brazil 2016.
A sala estava lotada e a participação foi bastante ativa. Participaram pessoas de diversas empresas privadas e também do governo, com desafios comums ligados principalmente a cultura dentro das empresas “dinossauro”.
O grupo entendeu que “empresas dinossauro” não necessariamente são empresas de muito tempo de existência , mas sim empresas com uma cultura “dinossaurica”!!
Tentei organizar as minhas anotações e sintetizar o conhecimento que emergiu. Me perdoem se algo não fizer muito sentido. No momento que anotei o sentido era evidente!! 🙂
Cultura
- Coloque o Sponsor no taxi. Colocar o sponsor ciente das mudanças, explicar como funciona o Agile e os ganhos atingidos. “A agilidade não pode ser imposta e sim aderida.”
- Promova o intercâmbio entre pessoas do business e da TI. Como convencer o business? Coloque pessoas do business na TI e vice-versa. Isso pode quebrar a resistência das pessoas.
- Cole na onda de inovação. Nao estimule a TI Bimodal, use a seu favor como porta de entrada. A onda da inovacao deve permear toda a empresa.
- Quebre o apego ao passado com pilotos que entreguem valor. Não tente abraçar o mundo de uma vez só, faça pilotos em projetos e venda a idéia. Vender a ideia de cima pra baixo ou debaixo pra cima? “Agile, cabeça que se abre e nunca mais se fecha.” Use cases de empresas confiáveis como exemplo para vender a idéia.
- Contrate de forma ágil. Piratas fazendo ágil sem o cliente saber, mostrando benefícios e resultado.
- Quebre a resistência com DevOps. Use DevOps para quebrar a resistência. Suba as demandas sem o cliente saber e depois explique os ganhos e resultados. Use DevOps para quebrar a resistência da infra e adotar a cultura de infraestrutura ágil.
- Capacitação pela porta da frente. Promova a capacitação agile via PMO.
- Colaboração. Desenhe o processo ágil em conjunto.
Processos rígidos
- Use o MPSbr e o BPM ao seu favor. Identifique como ser mais ágil em cada processo, utilizando idéias do Agile para otimizar.
- Foque no ROI. Como mostrar dados para o cliente? Planeje e determine o custo no início e mostre os ganhos no final do projeto. O Bimodal pode ser porta de entrada para o agile quando há uma necessidade do controle devido a processos muito rígidos.
- Foque na melhoria de processos. Veja o que se tem de problemas no processo hoje e como a agilidade poderia resolver.
- Leve agile para a área de produto e não apenas na TI. o Agile (MVP, Sprints, Retros, etc) Mostrar a melhoria de cada projeto, usar o MVP, mostrar valor mais cedo.
- Colaboração. Crie processos ágeis em conjunto para quebrar a resistência. Esteja pronto para lidar com a resistência das pessoas. Promova a colaboração. Exemplos de resistência extrema: Cliente grita ao ouvir a palavra ágil; A área de qualidade não quer receber coisas antes; Contratação barras por compras e fornecedor perdeu o projeto.
Ansiedade
- Mudanças geram ansiedade e isso não é exclusividade do agile. Procure criar uma cultura de aceitação das mudanças. Falsa noção de controle do prazo fixo, custo fixo, time fixo, arquitetura fixa, quando chega próximo é que se vê que não vai conseguir gera ansiedade. Cultura de aceitar a mudanca combate isso.
- Capacitar o sponsor combate ansiedade. Cuidado com a falta de sponsor. O que é importante para o sponsor? Ele entendeu o conceito da agilidade? Você sabe e comunica porque mudar? Capacitar sponsor combate isso.
- Definicao de Budget gera ansiedade. No geral a direção acha que ágil é entregar rápido. Metáfora: “Vc pode pular do penhasco mas tem de cheguar rápido no chão com vida”. Livro “Scrum dobro em metade do tempo” explica os porquês. Promova leitura e grupos de estudo. Mudar para entregar o que as startups entregam.
Como tratar o legado?
- Novos sistemas demandam alterações no legado. Livro: trabalhando com código legado.
- DevOps ajuda a tratar o legado. Código legado é o que vc tem medo de alterar. Não tem documentação geralmente. Rastreabilidade não abrange tudo. Para atacar esse problema: Cobrir com testes , práticas DevOps, deploy canary, testes de integração ao alterar uma rotina.
Perfis juniores vs seniores
- Maturidade agile leva um certo tempo. Depois de 6 sprints o negócio melhora mas o projeto acaba.
- Problema de estimativas divergentes e imaturas acontece no início da adoção/transformação ágil. A média de maturidade do time tem de ser alta no Agile. Calibração das estimativas demora um pouco mesmo pela característica empírica do Agile.
- “Senioridade do júnior vs a junioridade do senior” Simplicidade nas soluções. Não fazer coisas mirabolantes.
Engajamento:
- Criação de um modelo de bootcamp ajuda o engajamento. “Escolhe em qual projeto vc quer trabalhar”. Melhorar capacitação, empoderamento e engajamento.
- Da pra fazer engajamento sem empoderamento? Daily, retro, planning , dar espaço para as pessoas falarem e contribuírem dá empoderamento para as pessoas. Algumas pessoas andam na contramão. Foi citada uma experiência de uma advertência por ter um livro específico em cima da mesa. O argumento foi que ele estava fazendo uma doutrinação por baixo dos panos.
- Promover uma experiência botton up de implantação de Agile. Agile pode emergir por opcao e iniciativa do time. É importante que a gestão tenha abertura para ajudar a promover as mudanças.
- Dar poder para pessoas sem maturidade pode ser tiro no pé. Time imaturo Geralmente fica em entregas técnicas e tem de se focar em entrega de valor. Empoderamento tem de ter experiência. Não adianta só entregar, tem de envolver o business. Faça demos e retros para promover o engajamento do business e tente ter um time dedicado para apagar incêndios com rotatividade do time.
Processo engessado
- Aceite os diferentes tipos de motivação. Algumas pessoas não puxam a mudança , não são pro ativas para promover mudancas, são boas em executar e executam bem. Tem de ser trabalhado de outra forma. Moving motivators do Management 3.0 identifica o que motiva aquela pessoa.
Falsa noção de controle
- “Status melancia: verde por fora e vermelho por dentro”. Métricas de vaidade : tem um número bonito mas sem valor. OKR é uma maneira diferente para pensar em métricas.
- “Travestir as coisas com ciência/tecnologia dá uma falsa sensação de controle e segurança.” Adote métricas simples e significativas.
- Não tenha medo de errar. Ver o erro como uma coisa boa e não tentar esconder os erros. “Diga como me medes que eu digo como me comportarei”
Esse open space foi muito bom!!! O compartilhamento e a colaboracao foi incrivel!! Todos os pontos levantados e registrados aqui neste post realmente refletem a realidade em qualquer tamanho de empresa!! Obrigado por sintetizar e compartilhar conosco Adriano!
Obrigado JJ! Foi muito bacana mesmo.
Adriano,
Excelente o texto !!!
Fiquei com uma dúvida:
Quando você fala sobre a Cultura, que
2 – Cole na onda de inovação. Nao estimule a TI Bimodal, use a seu favor como porta de entrada. A onda da inovacao deve permear toda a empresa.
O que eu entendo é que a TI Bimodal, é uma tendencia de confinar os “carregadores de pedra” na manutenção da operacao no dia-a-dia, e os pseudos Millenials, zapeando e buscando, algo que seja inovador.
Não seria a Agilidade deve ser implantada via redesenho de processos, ter um Time To Market reduzido, custos iniciais com um ROI a curto prazo, independente da TI Bimodal, que passa ser um acelerador para isto, mas sim uma forma de segregar as sinergias de mudança ???
Keep Walking \_ /\_
Eu não entendo a TI Bimodal dessa forma tão negativa. Acredito que é uma forma transitória de iniciar a transformação sem tentar “abraçar o mundo”.
Vejo a TI Bimodal como uma porta de entrada. Ela não deve ser um fim e sim um meio de transformar as empresas.
Valeu Adriano por compartilhar!! Não fui nesse open space, mas seu post foi bem bacana e ajudou 🙂
Que bom que te ajudou Cleiton. Bom demais!
Show Adriano! Alguma discussão incluindo o Disciplined Agile do Scott Ambler?
Também não fui nesse open! Mas o seu resumo ficou muito bom!